Retalhos espalhados no porão.

                                                      
Sigo vagando pelas ruas desertas, escuras
Vielas sujas, nojentas, o nada do tudo,
O frio cálido da paixão.
Lágrimas, espelho vivo do sofrer.
A lua cheia, estrelas e amarguras...
O vento frio, a busca louca da razão.
Hoje minha voz não canta mais.
Silenciou o meu viver...
 
São retalhos espalhados no porão!
Recortados pela dor da solidão!

Não consigo terminar ou escrever uma canção
Meu blues encanta e desencanta o coração.
Reedita a sedução, o martírio a ilusão...
 
O gosto amargo, o desamor e a solidão.
A musa nua, meu castigo e o meu pesar.
Sem um amor, minha vida é vadiar...
De bar em bar, de vida em vida, de noite à noite...
O vazio come a carne e encerra o dia, o ser, o viver...

São retalhos espalhados no porão...
Recortados pela dor da solidão...


                                                  
 
 
Bruxo das Letras
Enviado por Bruxo das Letras em 03/06/2009
Reeditado em 03/06/2009
Código do texto: T1629825
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