CASA DA DONZELA

A janela ‘tá’ aberta dá pra ver o mundo de fora. Na calçada, criançada, correria, pique-pegador, brincadeiras e agonias. Que mistura! Dor e prazer. Da sacada na janela a donzela aguarda seu amor.

Quando eu olho dentro dela, já se tornou asilo da fé. Os ruídos de sua rua seu sono não podem incomodar. A parede indiferença transforma gritos de dores em suspiros de paz. E ela toda apaixonada aguardando o seu amado Senhor.

Eu não esperava te ver assim tão apaixonada no meio de tanta desgraça. Eu que nem podia acreditar, está tão desesperada que não percebe mais ninguém.

Essa casa ‘tá’ aberta, vamos, vamos, entre sem bater. Rola e embola dia afora louvação ao menino Jesus. É a casa da donzela, de todos nós, casa de ninguém, casa de misericórdia, de compaixão, casa do além.

É a casa dos meninos no terreiro com os santos a brincar. É a porta, o caminho de amor, caráter e fé. É a festa de alegria, elegia ao Nosso Senhor. Sua donzela preferida que com amor, a todos seduz!

Eu não podia mais esperar pelos filhos do homem na rua a brincar. Eu que já desconfiava da fé, é na casa da donzela que quero ver o amor renascer!