VELHA ESTRADA

Sou como aquela velha estrada de chão,que passa enfrente a um rancho abandonado.Como as plantas nela lutando para brotarem no silêncio da noite.

Você passa por cima de mim para alcançar seus sonhos na longa viagem da vida.Não me deixas nenhum abraço,qualquer sinal de afeto.Também nunca lhe pedi nada em troca.Hoje sou apenas um velho pedaço de chão improdutivo,a muito tempo esquecido e amigo da solidão.Toda vez que tento renascer para a vida novamente me esmagas,para eu não esquecer como sou ingênua,muito burra para perceber com antecedência as artimanhas que me preparas.Porém se um dia passares e veres buracos repletos de água em meu coração, não se surpreendas.Pois todas as noites minhas lágrimas acompanham a lua se derramando sobre o mar.Caso isso aconteça é porque minhas esperanças se esgotaram.E fui vencida por suas falsidades que esmagaram meus sonhos mais entusiasmados.

Então entregarei-me a deus.A partir desse momento ele será o dono da estrada.Nacerão espinhos nela,isso ele já me adiantou.Se ferires-te não culpe os outros por uma coisa que você mesma semeou.

DENISE KUNZ
Enviado por DENISE KUNZ em 17/10/2006
Reeditado em 05/09/2010
Código do texto: T266887
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