Sonhos arretados.

Desvendar os mistérios da paixão, quem dera,

saber onde se esconde o desejo, pudera

aquecer o sangue quando a saudade congela, espera

destravar o medo de saltar no escuro, quisera.

As pegadas foram cravadas no peito feito marcas de fogo,

os copos não conseguiram mais embebedar o sonho,

aquela velha vontade de desarmar o bote do mundo,

aquela velha mania de falar antes de ouvir.

Foram dias que deitaram longos, estalando cada frasco de perfume barato,

foram pecados que ninguém tentaria cometer, por mais avessos e

travessos que fossem, ou teimassem em ser,

foram saltos rasos, tímidos, arretados, esperando apenas um adeus.

Ela era linda, como era,

cabelos de fios de neve elameados, alados diria,

quando percebi que estavam engatilhados, surtei de vez,

quando entendi que poderiam se fazer de morto, gritei,

como gritei.

Não foi por causa da ausência de gozos, nem tampouco por falta de

gente pra aplaudir ao final que tudo acabou.

O que aconteceu de fato ninguém nunca saberá, nem tampouco quem viveu aquela história.

No fundo, todos fazemos parte da mesma escória.

Quem não quiser só gargalhar oo final que vá embora agora. Ou cale-se pra nunca mais.

Ou cale-se pra nunca mais.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 04/05/2011
Código do texto: T2948849
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