Oração de um pagão a um Deus cristão

Senhor, ondes estás?

Eu creio em ti

Nos bancos honrados de tua casa

Eu percebo que há homens que não merecem este lugar

Se um dia você voltar

Se lembre de mim

Ainda vejo você nas belezas do mundo

Nas plantas que nascem do solo

No sol que nos aquece, na lua que nos guardava

Quem sabe não és tu, homem e mulher

Talvez tenhas uma companheira

Sei que não és perfeito

Percebo isso pela fome dos pobres, pelas guerras

Pela tristeza deste mundo

Sei que és um Deus bom e só quer nós ver sorrir

Faz um carinho no meu peito sozinho

Me sinto tristinho,

sem saber onde ir

Por isso entrego minha vida a outro deuses

Pois pregam, em teu nome, mentiras

E agora busco a verdade

Deus, se tudo que sei é mentiras

Me perdoe,

mas prefiro acariciar teu rosto sorrindo

E peço a minha mãe

Que me deixe deitar como na infância

Sobre o seu seio e adormecer

Meu Deus peço desculpas

Por te abandonar e descrer de ti

Mas onde eu vejo a tua palavra

Eu ouço mentiras e quando não

São idéias ultrapassadas

Que só me farão mal

Vejo no livro que teus amigos escreverão

Idéias sem nexo e sei que existe

Mais livros que criaste

Choro meu pai pelo meu irmão ter ido a Índia

Saber tudo que tinhas a ensinar

Talvez por ter ti esquecido

Lamento pela pobre conduta que ele tinha

Bebendo vinhos e batendo em homens inocentes

Lamento, meu pai, mas é difícil de crer

Sei que esses homens, teus inimigos

Que regem suas nações são mercenários

E enganam meus irmãos

Lamento e choro, por não poder ti ver

Meu pai divinamente humano

Que tambem tem direito de cometer seus erros

Pai, deixe-me viver nesta vida

Procurando a verdade e não me enganando

Sei que também tem suas frustações

Mas Prefiro acreditar naquilo que é palpável

Que diante da minha visão é aceitavél

Idéias com fundamento

Viver a vida e me divertir

Pois, te peço novamente meu pai,

Sabendo que meu coração te ama

Se existires e eu morrer

Peço que me salves

Pois se vivi nesta vida

Cantando a outros deuses

E só tu fores verdadeiro

Saibas que assim vivi sorrindo e em paz

E ali no túmulo jazei

E no epitáfio pedi pra escreverem?

"Jaz aqui um homem feliz"

("E a pomba saiu voando de meu túmulo

Em direção ao imenso céu azul

Com um fresco calor

O esplendor de suas asas

No chão, apenas uma folha que voava, voava...")