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Quem é o inimigo agora?

 
 
Meu caro, que saudades dos velhotes,
Do tempo em que se tinha a quem culpar
O povo esperneava no garrote
Mas bem sabia de que forma revidar
 
A turba se escondia atrás dos muros
Ouvia a agonia que chegava dos porões
Suava o sangue quente no escuro
Amanhecia ardendo em ódio dos vilões
 
Mas hoje o inimigo é sem patente
Meu caro não há como protestar...
Dinheiro que se guarda nas ceroulas
Agora não se sabe contra quem lutar
 
No braço fez-se livre dos grilhões
Tentou reconstruir velho presente
Seu dedo agora aponta a escuridão
Não vai reconhecer o que é ausente
 
A gente do passado era da luta
Vivia o rigor do frio corte do punhal
Mas hoje vive bem na sua culpa
Deixou de distinguir o bem do mal
 
Refrão
 
Se abriga em modernas casamatas
Esquece que ainda muito está por vir
Forjada por discursos e bravatas
Só pensa no metal de repartir
 
O sapo que contou tantas histórias
Por sorte a princesa não beijou
Escarnece e ri do povo sem memória
E diz que não sabia..., alguém criou
 
Mas hoje o inimigo é sem patente
Meu caro não há como protestar...
Dinheiro que se guarda nas ceroulas
Agora não se sabe contra quem lutar
 
O novo inimigo é tão antigo!!!
Trocou a baioneta por gravatas de cetim
Reparte ainda mais o que é partido
Murchou todas as flores do jardim!!!
 
A voz que vem do tempo é sem abrigo
Ninguém conhece mais esse verdugo
Que impõe belo discurso sem sentido
E abraça um povo inerte e tão confuso
 
Refrão
 

 
Paulo Cesar Coelho e GERMANO RIBEIRO
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 30/06/2012
Reeditado em 04/02/2013
Código do texto: T3753673
Classificação de conteúdo: seguro
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