""SEXTA"" (tapa na cara)
Lá vai moleque descendo a ladeira
teu olhar vai acompanhando a Lua cheia
que já está indo embora dando lugar ao Sol;
Leva consigo sua velha caixa de engraxate
vai indo lá pro farol pra cherar cola, pedir esmola,
ficar de bobeira a tarde inteira sem nem ter o que pensar
e nem como falar;
Pela calçada a TV na vidraça observa
e um sentimento vem que o enerva
começa a surgir do nada, do nada...
Como se fosse se perder no vento
rolar pela escada, andar pela estrada do nada,
sem nem ter o que dizer do mundo a não ser:
"que mundo imundo!!!"
Então diz:
" - Mundo de cão, que vida é essa que eu levo?
sem nem saber me livrar da cruz que eu carrego
só por não ser perfeito, mas quem é perfeito?
Mundo banal, da mistura de sujeira e sal
onde o mais burro se diz ser o intelectual
que nem sabe mais o que é o respeito, o respeito, o respeito..."
E o moleque, como é que fica nisso tudo?
Agindo como um animal fingindo que é mudo;
Garganta seca de tanto engolir fumaça;
Idéias podres, pra sair dessa desgraça;
E a liberdade que julgou ter a vida inteira
Se acaba agora, hoje, nessa sexta-feira
Com um tapa na cara, imagem não rara
do abuso do poder
Onde a ferida nunca sara...
Ps.:
Infelizmente só posso lamentar por ser a pura realidade...
Pior que o bandido é o bandido com a lei ao seu lado...
Triste...
Real...
Marcelo