Ritual (Cazuza)

Pra que sonhar?

A vida é tão desconhecida e mágica

Dorme às vezes do teu lado, calada

Pra que buscar o paraíso?

Se até o poeta fecha o livro!

Sente o perfume de uma flor no lixo e fuxica

Tantas histórias de um grande amor perdido

Terras perdidas, precipícios

Faz sacrifícios, imola mil virgens

Uma por uma, milhares de dias

Ao mesmo Deus que ensina prazo

Ao mais esperto e ao mais otário

Que o amor na prática é sempre ao contrário

Pra que chorar?

A vida é bela e cruel despida

Tão desprevenida e exata, que um dia acaba

Cazuza
Enviado por Beatriz Moraes em 15/04/2007
Reeditado em 19/05/2014
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