Do Navio à Liberdade

O negro acordava cedo iaiá

Para o 'Sinhô' enriquecer

Trabalhava o dia inteiro ioiô

Muitas vezes sem ter o que comer

Trazido ao Brasil em navios negreiros

Amarrado, cheio de banzo e nostalgia

Nos porões se ouvia um canto de lamento

E o ranger das correntes que o prendia

Ao chegar na fazenda o destino era a senzala

E da família, seu 'Sinhô' o separou

Lá de dentro, o negro que só lamentava

Meu Deus do céu, minha vida acabou

O tronco e o chicote o presente do feitor

Quando o negro não queria trabalhar

Mas o negro, uma coisa pretendia ioiô

Que se vingaria, a sua hora vai chegar

O tempo passou e o tal dia chegou

Muitas batalhas que não quero nem contar

Se você é capoeira, meu amigo

Olha pro lado que a vitória aí está.

Mestrando Igo e Graduado Shell (André Gomes)