Afetuoso toque que transcende o tempo

No paraíso terreno onde a aurora da Deusa resplandece

Perdura o clamor de duas almas eternamente conectadas

Oh, pobre sacerdotisa da dor cativa

Sobre o seu silêncio aterrador repousa uma canção fatídica

Enquanto o demônio híbrido acalenta-se sob os lençóis do tempo.

A canção capturada ressurgiu com uma velha existência renascida

Uma existência fadada à solidão, cujo destino fora violentamente refutado

E junto à sacra árvore, a lenda da Flor do Inferno e do Cão Demônio descansa

Um rosto sereno e âmbares íris cerradas às memórias alimentam.

Oh, pobre híbrido ser

Sua cascata prateada por uma última vez se mesclou com a brisa acolhedora

Uma expressão de desenfreada ira, em suas mãos o aroma da donzela imaculada

Sob o peito, um coração ancião pulsa descompensadamente

O confronto a qual tu não conseguiste vencer.

Oh, pobre virgem da alma cristalina

Sua alva pele perdeu o calor dissipado pelo afago de sua amada criatura

A última carícia negada pela maldição a ti imposta

As chamas consumiram a sua existência carnal junto à joia reluzente

Mas um anseio ancestral tornou-a imortal.

Sobre as místicas montanhas dispostas numa nação insular

A face oculta de Amaterasu anuncia o desfecho da canção bucólica

Quatro Almas desintegradas consumarão a união renegada

O céu carmesim molda a despedida postergada

Um afetuoso toque que as eras transcendeu.

Dandara Marques
Enviado por Dandara Marques em 30/10/2013
Reeditado em 10/02/2016
Código do texto: T4549059
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