Perturbação
Manter um sorriso no rosto
Com o doce saber do desgosto na boca é
Como engolir mil pregos, é
Como dar tiro no próprio pé
Dez e meia da noite o relógio marca
Mas o clima é de três da madrugada
E a penumbra calada
Acolhe minha alma angustiada
Com um flash de misantropia
Sobe feroz essa dor que me agonia
E me tira toda a alegria
E me tira toda a harmonia
E eu me pergunto como faço para apagar
Essa dor, que entra no meu peito
Nele faz um leito e se instala e estala
O furor que rompe o meu pulso
Irrompe o impulso de querer sumir daqui
O dia inteiro enfurnado no quarto
Assisto as horas fumando cigarro
O coração bate acelerado
Como a mão na parede de concreto armado
O sangue ferve e se agita mais
E vejo mais distante a minha paz
Enquanto acalma minha respiração
O pânico tomou minha concentração
Totalmente imerso e compenetrado
Em projeções de presente, futuro e passado
Muito mais que impactante
Ansiedade é a tradução do meu semblante
E quantos dias mais eu ainda vou suportar
Essa dor, que entra no meu peito
Nele faz um leito e se instala e estala
O furor que rompe o meu pulso
Irrompe o impulso de querer esvaecer
Essa dor, que entra no meu peito
Nele faz um leito e se instala e estala
O furor que rompe o meu pulso
Irrompe o impulso de querer esvanecer
(solo)
Essa dor entra no meu peito
Nele faz seu leito e se instala e estala
O ardor que rompe o meu pulso
E irrompe o impulso de querer sumir daqui