Banzo

O negro, na senzala , triste,

Toca o atabaque e batuca o bangô,

A ponta cruel da chibata,

Machuca e maltrata,

Causando-lhe dor.

Na casa grande,

A alegria só expande,

Moço branco, moço nobre,

Na fartura a desfrutar.

E na senzala,

A tristeza só abala,

Negro velho, velho pobre,

Não aguenta trabalhar.

Já não existe,

Casa grande, nem senzala,

Hoje tudo é mesma sala,

Mesmo quarto e quintal.

Negros e brancos,

Se uniram ombro-a-ombro,

Tudo é um só quilombo,

Tudo é um só carnaval.

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 30/04/2007
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