ROTINA
Teus olhos ferem os meus
Sentimentos se alimentando de fome
Memórias se fazendo por nada
Fragrâncias escorrendo pelo suor
Nos lençóis a luz da manhã
Que trás pra boca a fumaça
Que intima logo o absinto
Que faz bagunça comigo
Ao som dos anéis de amieiros
Que me dão calma, mas não proteção
Enquanto meus olhos ferem os meus
Ferimentos, esperas, desatenções
Não são nem sete da manhã
Quando me desconheço
E incorporo o abismo
Dentro e fora de mim
Perdendo o resto da vida
Na expectativa de mais um pão
Sem saber desacelerar