Galeria de promessas

A música que cantou pra mim

Outra vez você repete, quase que imediatamente

Ao pé de outro ouvido dono de um riso inocente

Seus beijos que me vieram de livre dispor

Passam a envenenar minhas lembranças

Com os fatos remexidos que você manipulou

Instantaneamente seu coração se entrega

E derrama calor

Em outro peito que não o meu

E os esboços num caderno velho com seu rosto

Mancham, em união com sal e água, um borrão

Que me visitam nos dias mais comuns

Eu sugiro enlouquecer pelo sentimento que enobrece

Mas me corta como navalha

Cada memória suja, de cara lavada

Com seu egoísmo perfeito e calculado

Emolduro o quadro de uma história pensada e não vivida

De vida cruzada, inventada e abandonada

Sem existir

Peter Dahn
Enviado por Peter Dahn em 30/08/2014
Reeditado em 30/10/2014
Código do texto: T4942630
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