(tempo de espera)

tento aquecer a noite

ouvindo nossas canções

nenhuma frase

reaviva a memória

nenhum poema

ativa os sentidos

é como se tivessem

apagado os nossos passos

cortado os laços

violado o espaço

se ando te vejo

no outro lado da história

se durmo sonho com você

do outro lado do espelho

em tempo de espera

espinho por fora fere

e por dentro d-i-l-a-c-e-r-a

para aguentar o tranco

trinco os dentes e soco o ar

xingo em versos brancos

conto até dez para não surtar

e com a ponta dos dedos

vou riscando o céu

digitando segredos

José Carlos de Souza
Enviado por José Carlos de Souza em 30/10/2016
Reeditado em 30/10/2016
Código do texto: T5807214
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