Paradoxo
No sertão de Zé Mocó
Tudo é paradoxal
Parece uma eterna luta
Entre o bem e o mal
Seca é o mal, é o inferno
E o céu é no inverno
O cinza morto da seca
Dá lugar ao verde forte
Com água, vida e alegria
Fim das carcaças da morte
Tem preta do “oi” de bila
Livre como arribação
E loira do “zóio” verde
Vivendo na escravidão
No chinelo do marido
Levando vida de cão
Fazer rock no sertão
É coisa pra cabra macho
Que não se importa com marra
Ou qual turma me encaixo
Duro que nem Lampião
Fraco aqui leva esculacho
Não há paradoxo algum
Tocar rock e não baião
Que nem Elba e Rock in Rio
Ou um arroz com feijão
Oração complementar
Mas sem subordinação
Refrão:
Vem morena pro meu ócio
Vem curtir a Paradoxo
Mistura tudo num prato
Rock, forró, blues e baião
Chapéu de couro e jeans
Mungunzá, bode e feijão
(28/02/2015)