Minha Voz Sangra
Minha voz é assim!
Fala por tantos, fala por mim
Fala do início, fala do fim
Fala sorrindo enquanto eu canto
Fala por muitos que hoje estão em prantos
Fala das ruas, fala dos corres
De tudo aquilo que me socorre
Fala do mundo louco, mesmo que discorde
Hoje minhas cordas vocais são os meus acordes
Fala desafinada, nunca contraditória
Pois trago verdades nas minhas histórias
Na tinta da caneta o sangue do coração
E eu tô ligado um sentimento não tem tradução
Habla en español por un momento
O idioma mais difícil eu sei que é o silêncio
A fluência na quietude não me fez calar
Pelo contrário ganhei voz, só em me escutar.
Falo pro são, falo pro louco
Do amor por si mesmo que ainda é pouco
Sou voz de quem trabalha, voz de vagabundo
Sou porta-voz de toda fé que eu quero ver no mundo
Sou porta-voz de toda fé que eu quero ver no mundo
Minha voz sangra na ponta de uma BIC
Dentro do quarto ou em um mic
No palco, no fone, no violão
Na alma, no pranto, no coração
(Minha voz sangra) e vai sangrar enquanto eu viver
Vai sangrar por mim e por você
Vai sagrar enquanto eu acreditar
Mesmo com muitos querendo me calar
(Minha voz sangra) e avisa esses “médicos” de plantão
Eutanásia não mata a voz do meu coração
Se for pra tentar, antes me ascenda uma vela
Pois desligando os aparelhos, eu canto acapella
Vai sangrar! Enquanto eu viver
Vai sangrar! Por mim e por você
Vai sangrar! Enquanto eu tiver voz
Pra não calar e te avisar que não estás a sós
Vai sangrar! Pelo são e pelo louco
Vai sangrar! Pelo amor que é muito pouco
Vai sangrar! Empregado e Vagabundo
Por toda a fé que deposito no meu mundo
Vai sangrar!
Vai sangrar! A minha voz
Vai sangrar! Porque é meu domínio
Mas se um dia eu me calar, aí é suicídio.