A dor, essa senhora que sempre vem.

Olhe:

Numa boa,

Ô gente fina,

Gente que se julga acima,

Em tudo

Muito boa!

Para quem

Tudo o mais que há,

Ah, se há, há à-toa,

Não faz toda essa festa

Desce desse pedestal,

Decida, depressa!

Ele vem abaixo sem você se dar conta

Basta um ventinho desses, à-toa.

Tem sido assim com tanta gente,

De repente, o desabrigo,

O frio,

O mundo que escoa

A dor,

Que nessas horas sempre aparece

E vai entrando, ficando

Pois com a dor é assim:

Não há escolhas,

Ela não nos esquece.

Permite-nos, às vezes,

Um tempo a mais,

Mas aparece.

João José
Enviado por João José em 13/10/2007
Reeditado em 14/10/2007
Código do texto: T692179