A dor, essa senhora que sempre vem.
Olhe:
Numa boa,
Ô gente fina,
Gente que se julga acima,
Em tudo
Muito boa!
Para quem
Tudo o mais que há,
Ah, se há, há à-toa,
Não faz toda essa festa
Desce desse pedestal,
Decida, depressa!
Ele vem abaixo sem você se dar conta
Basta um ventinho desses, à-toa.
Tem sido assim com tanta gente,
De repente, o desabrigo,
O frio,
O mundo que escoa
A dor,
Que nessas horas sempre aparece
E vai entrando, ficando
Pois com a dor é assim:
Não há escolhas,
Ela não nos esquece.
Permite-nos, às vezes,
Um tempo a mais,
Mas aparece.