ENTRE GONZAGA E O SERTÃO

Entre Gonzaga e o sertão

Há muito mais que o baião

Muito mais que uma paixão

E um caso explícito de amor

Entre Gonzaga e o baião

Há muito mais que o sertão

Muito mais que uma razão

E o sertaobaião são o seu amor

Há o pó, a poeira e a estrada

Há o aboio, o berro e o berrante

Há o caminhar, o pelejar, o insistir,

A légua tirana, o desejar ver Ana

E o sol causticante.

Há a roupa de couro, a perneira, o gibão

Há Raimundo Fagner e Raimundo Jacó

Há o vaqueiro velho e há Januário

E há o forró, o xote e o xaxado

Há Caiçara, Exu, há Pernambuco

Há Januário, Ana, outros irmãos

Há a enxada, o desejo, há a sanfona

E o animar as festinhas da região

Há o escrever, o ler, o falar correto

E o Coronel Manuel Aires de Alencar

O namoro escondido e a fuga de casa

E o puxar do fole pra vida ganhar

Há os tangos, as valsas e os fados

Há o rádio e o programa de calouro

A nota cinco e o primeiro lugar

O triângulo, a zabumba e o chapéu de couro

Há Miguel Lima e Humberto Teixeira

Há asa branca, assum preto e a volta da asa branca

O sucesso, o jumento e um papa chamado João

E há Helena, Odaléia... suas esposas

Súplica Cearense e Luar do sertão

Respeita Januário e dança Mariquinha

E um filho querido: há Gonzaguinha