SE MINHAS MÃOS FALASSEM

Com minhas mãos rasguei mundos,

aplaquei guerras, semeei chãos tantos.

Com minhas mãos fiz asneiras,

destrambelhadas, arrebatei tantas loucuras.

Com minhas mãos cutuquei Deus,

tapeei o tempo, rasguei a luz.

Com minhas mãos ensurdeci o mar,

libertei anjos, soquei os medos.

Quando olho para as minhas mãos,

vejo guerreiras gigantes, Everests

com 5 dedos nas pontas.

Nas suas linhas estão cravados meus dias,

meus repentes de sonhador, meus

amores vividos e apenas sonhados.

Mãos de poeta, de estivador,

de mestre, de rei, de palhaço,

de farsante, de um qualquer.

À essas compadecidas partes de mim,

agradeço com que tenho de melhor,

com todos meus ecos, rebarbas e confins.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 29/05/2021
Reeditado em 29/05/2021
Código do texto: T7266577
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