Direitos Reservados
Pode pedir que eu faço
Das tripas o coração
Dou nó na tristeza um laço
Amarro a imaginação
Dou murro em ponta de faca
E aceito todos meus erros
Me planto feito uma estaca
E pego em ponta de aterro
Tapo o sol com a peneira
Carrego a brisa e vento
Pois quando engreno primeira
Seguro até pensamento
Deixo escapar do meu peito
Aquilo que você quer
Mas me reservo o direito
De cantar quando eu quiser
Me viro pelo avesso
E me desdobro em dois
Termino já no começo,
Começo logo depois
Faço brotar da pedra
O vinho , o leite e pão
E ainda deixo de quebra
Um riso pra solidão
Faço dobrar os sinos
E o galo cacarejar
Assanho o meu menino
Meia noite o sol raiar
Conjugo o mais-que-perfeito
Do verbo que você quer
Mas, me reservo o direito
De amar quando eu quiser