Tardes Grises

Nunca escrevi teu nome na areia de alguma praia

Nunca desenhei corações

E as cartas que escrevi, boa parte eram coisas de Camões

Originais mesmo so minha letra e alguns chavões

Não eram pra você aquelas canções daquele violão

Mas pro medo do céu das tardes grises

Minhas crises, meus teatros

Teus reclames, meus retratos

Tudo agora faz algum sentido?

Odiava aqueles filmes, subentende-se

Nunca fui romântico

Ao menos eu fingi que tentava fingir que tentava

Tentar ser do jeito que você queria

No entanto teu mundo continuava a girar ao teu redor

E eu desorbitado me encontrava tentando me encontrar

Escondido numa terra dos nuncas

Onde estou

Tudo agora faz sentido

Antes uma tarde gris que o nunca mais

Éverton Vidal Azevedo

05/junho/2007