A Madrugada

Em plena madrugada

Meu coração antenado

Fica acelerado, alienado

Manifestam-se os meus gritos

Em lembranças do passado

A dor, o amor, o azar e a sorte

A saudade entediante me assola

Tua ausência insuportável me amola

O teu vulto é lembrança que assusta

E a espera é a esperança que não se alcança

É madrugada, é noite, são trevas, é mal.

Nenhum sonho vem rondar meu pensamento

Constantemente luto contra meu anseio desigual

E quem sabe a saída nunca manda um postal

A lua fria se destaca nessa noite tão pesada

O motor que gera o medo é a consciência assustada

As frustrações se tornam freqüentes, valentes

E o vento soluça mil segredos calmamente

Sobre a escuridão acendo uma vela

E faço meus poemas de tristeza

Procurando um sentido que me fortaleça

De todo mal que já passei

De todo mal que já causei também

E que faça a vida valer à pena estando ao lado de alguém.