Com açúcar e com afeto

É assim desde menino

O mundo roda sem destino

E a roda gira pra frente

Pois toda esta gente

Não tem como andar de ré

Qual o quê

Deposita na urna, fé

Elege deputado

Andando, mesmo de lado

Segurando a peteca

Vivendo de merreca

Matando um leão por dia

Qual o quê

Somos mesmo é bóia-fria

O medo vem da lagoa

Onde o monstro numa boa

Hoje, vive seu progresso

Sem farda no congresso

Promete fé e retidão

Qual o quê

Na cabeça o mensalão

Elege senador

Sonhando acabar com a dor

Nunca saindo da poeira

Vivendo pelas beiras

Se achando campeão

Qual o quê

Não deixa de ser peão

Mete a cara na cachaça

Mesmo corno ainda se acha

Ri e esquece da trapaça

Faz do próprio, uma racha

De quatro, com afeto a rezar

Qual o quê

Pede açúcar para se ferrar

Vota para presidente

Mulher, filho e parente

O discurso é de amor

Ao som do bucho opressor

Rega semente de esperança

Qual o quê

Mata a fome com lambança

Eloy Fonseca
Enviado por Eloy Fonseca em 19/01/2008
Reeditado em 30/09/2010
Código do texto: T824120
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