Com açúcar e com afeto
É assim desde menino
O mundo roda sem destino
E a roda gira pra frente
Pois toda esta gente
Não tem como andar de ré
Qual o quê
Deposita na urna, fé
Elege deputado
Andando, mesmo de lado
Segurando a peteca
Vivendo de merreca
Matando um leão por dia
Qual o quê
Somos mesmo é bóia-fria
O medo vem da lagoa
Onde o monstro numa boa
Hoje, vive seu progresso
Sem farda no congresso
Promete fé e retidão
Qual o quê
Na cabeça o mensalão
Elege senador
Sonhando acabar com a dor
Nunca saindo da poeira
Vivendo pelas beiras
Se achando campeão
Qual o quê
Não deixa de ser peão
Mete a cara na cachaça
Mesmo corno ainda se acha
Ri e esquece da trapaça
Faz do próprio, uma racha
De quatro, com afeto a rezar
Qual o quê
Pede açúcar para se ferrar
Vota para presidente
Mulher, filho e parente
O discurso é de amor
Ao som do bucho opressor
Rega semente de esperança
Qual o quê
Mata a fome com lambança