N A   E N C R U Z A ...

 

 

Eu vou lhe chamar

No rastro da minha bainha

Eu vou lhe chamar

No rastro da minha bainha

 

Se não vem por bem

Eu trago você no arrasto

Se não vem por bem

Eu pego você pelo mastro

 

Estou a afiar

Os garfos da pomba-gira

Estão a tilintar

Os garfos da pomba-gira

 

É meu dom de amar

E isso ninguém me tira

É meu dom de amar

E isso ninguém me tira

 

Um balaio, uma encruza

Com tudo o que tem direito

E o meu gargalhar

É como faca no seu peito

 

Já vou aprumar

Toda essa sua ousadia

Vou lhe amarrar

No rastro da minha bainha

 

Você quis assim

Não era como eu queria

Com o meu poder

Pra mim isso é covardia

 

Eu vou lhe ensinar

Como é que se faz direito

Eu vou lhe mostrar

Que tem que ser do meu jeito

 

Você vai penar

Depois desse belo efeito

Vai querer dançar

Somente sobre o meu leito

 

Com a luz do luar

E o perfume da pomba-gira

Eu vou lhe encantar

E isso ninguém me tira

 

É meu dom de amar

Agora não tem mais jeito

Eu vou lhe encantar

Depois desse belo efeito

 

Você quis brincar

Não sabia o que fazia

Nem tentou sondar

Com quem você se metia

 

Pois vou lhe ensinar

Pra mim isso é covardia

É meu dom de amar

E isso ninguém me tira

 

Venha comigo dançar

Essa dança dos amantes

Venha comemorar

Os seus passos mais errantes

 

É meu dom de amar

E isso ninguém me tira

Eu vou lhe ensinar

O que é uma pomba-gira

 

Você vai triunfar

Seus sonhos mais delirantes

Vai querer embrenhar-se

Em mim todos os instantes

 

E eu vou lhe encantar

Pra mim isso é covardia

É meu dom de amar

E isso ninguém me tira

 

Você vai criar

Seus versos mais lancinantes

E vai recita-los

Pra mim todos os instantes

 

E vai me pedir

Pra ser o meu viajante

E vai me cobrir

De rosas e diamantes

 

Você foi brincar

Sem saber com quem se metia

Agora eu vou lhe mostrar

Que eu sou tudo o que mais queria

 

É meu dom de amar

E isso ninguém me tira

É meu dom de amar

Eu sou uma pomba-gira

 

Sem pestanejar

Você é o que eu mais queria

Então venha amar

As delícias dessa guria

 

 

 

(Texto inspirado por Maria Padilha das Almas) Eita!...
Assim é que o bicho pega! ALUPANDÊ, MULHER!!!