Meu navegador, Meu espelho

Na noite de lua cheia

É pra lá que gosto de ir

E quando a água calma e vasta do mar,

Cintila e prateia, não é só a mim que reflete

Lá está o meu fantasma apaixonado

Com olhar triste e alma que chora.

Daquele navio que soa eco de sonhos perdidos

O meu fantasma apaixonado vê

O seu amor que foi naufragado

E no reflexo das águas prateadas do mar

Eu digo; não me deixe.

Mas as minhas palavras ecoam em vão.

Acho que o meu amor está perdido naquele navio

E eu não sei pra que serve

Eu estar em terra a vista

Se de lá do navio parado

Ele não me vê fora do naufrágio.

Louca, penso

Que o meu amor está perdido,

Que partiu nas ondas violentas

Naquele momento de lua cheia e de calmaria.

Meu fantasma apaixonado

Também se sente desolado e abandonado.

Quem me dera sair dessa água calma

Que cintila, prateia e espelha o meu amor.

Ah, como anseio por reencontrar,

Aquele amor que me fez um dia suspirar.

Ah, como anseio por reencontrar,

O meu fantasma apaixonado, ora perdido

Que a bordo daquele navio está.

Ah, vento que veleja este navio,

Continua pactuando com a lua cheia

Para manter as velas deste navio acesa

Para que eu saia daqui desse reflexo

E reencontre o meu amor que se perdeu.

Ah, navio em alto mar,

Ecoa os sonhos que não estão mais perdidos

Para o meu amor reencontrar.

Ah, meu fantasma, com alma radiante e serena,

Se desloca com ternura,

Do lado de cá alguém te espera.

O mar já não está mais na calmaria,

No balançar das ondas, dançaremos juntos,

O amor os envolve num abraço de susto.

Do navio, pesado e solitário,

Os ecos não são mais perdidos

Navegaremos por mares distantes,

Entregues a paixão bem mais hesitante.

Celebremos o amor, mesmo em noites tão frias.

Já não há mais, solitário, apaixonado ou prisioneiro

No seu caos, eu sou o porto seguro

Nenhum fantasma vive eternamente no escuro

Logo mais quando acordar,

Quero ancorar o nosso navio em alto mar.