Vestido
Minh'alma saiu correndo e virou a esquina entre a multidão.
Os meus olhos escureceram, lágrimas rolaram copiosamente,
Para onde foi o meu vestido?
Fiquei nú... Desprotegido, a guia da calçada foi o meu refugio, fui chutado, roubado e desprezado, lobos me devoravam.
Deste jeito dormia, amava e levantava com a minha loucura.
Entre o frio o sereno e a chuva, olhava para o teto estrelado e uma composição de esperança brotou-me no coração.
_Te chamo de volta pedaço meu,
_Vestido de glória e poder,
_Presente que o Senhor me deu,
_Venha restaurar o meu ser.
Pela repetência diária algo se cumpri, na insistência aborreço a justiça e ela tira as vendas e me enxerga, expede um mandado para o bem, daquele que não desistiu de lutar e viver.
Já me faço de pé mesmo com as pernas bambas, me sinto feliz enxugando as lágrimas, pois no meu reencontro serei restituído.
Pois que lucro terá uma pessoa se ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua alma?