Prece para um Natal passado

Milhares de anos atrás nascia o maior dos homens que pela Terra já andou.

Humilde, em lugar singelo, extremamente pobre em bens materiais, mas extremamente bom e rico em amor.

Dizem que naquela noite uma estrela veio até ele para ali brilhar.

Dizem que magos surgiram por entre distâncias e se regozijaram com Ele.

Dizem que anjos cantaram para simples pastores e pastores simples o vieram visitar.

Traziam consigo seus animais que a outros se juntaram, pois até eles, conheciam ou perceberam a excelsitude daquele que nascia.

Fez-se então, na Terra, a luz.

A luz que até hoje deseja nos iluminar.

Mas será que Ele está nas festas?

Nas ceias?

Nos presentes caros?

No orgulho do coração?

No egoísmo, que sempre, de uma forma ou outra diz não?

Acho que não. Mas não sou ninguém (sou apenas um autor anônimo) melhor do que qualquer um para julgar.

E exatamente por isto as palavras abaixo escrevo, escrevo como um pedido de desculpas,

escrevo como um pedido de desculpas,

escrevo pedindo perdão a Ele e aos homens meus irmãos.

Principalmente aos mais desvalidos, aos mais solitários, mais doentes, aos mais sozinhos em meio as multidões.

Perdão meu irmão bêbado caído na rua, perdão por passar por você esquecendo-me que, provavelmente, alguém em casa, aflito, o aguarda.

Perdão meu irmão doente e abandonado em um leito de hospital.

Perdão meu irmão perdido e drogado.

Perdão meu irmão com fome.

Perdão meu irmão sedento:

- de água.

- de voz.

- de vez.

Perdão a você, criança, minha irmã.

Perdão meu irmão preso.

Perdão meu irmão indigente.

Peço perdão para todos vocês por deixá-los sozinhos nesta noite de Natal.

Noite em que se comemora o nascimento do amor supremo.

Que dera meu coração se transforma-se em milhares de pedaços de reflexos de luz e alcança-se a cada um de vocês.

Quem dera Deus envie anjos de luz para acalentar seus sonhos, acariciar seus ombros, amamentar seus filhos, extinguir toda e qualquer treva, transformando tudo em luz.

Vai pensamento, vai. Vai e leve parte do pouco que há de bom em mim.

Vem meu irmão Supremo e me ensine a realmente amar.

Ensiná-me a amar para que os próximos natais não sejam tristes,

para que os próximos natais não sejam distantes de onde deve estar, realmente, renascendo a fonte suprema de amor.

Humildemente peço que a tua luz guie os meus passos, pois nesta escuridão não sei como, nem para onde ir.

Benvindo, novamente a Terra, Senhor Jesus.

Benvindo Você que sempre se lembrou e amou os esquecidos.

Benvindo criança, de paz, de luz, de amor.

Que bons ventos espalhem por toda a Terra a tua luz e o teu amor.

um dia/um ano/em algum lugar

Luiz Bertini
Enviado por Luiz Bertini em 20/12/2016
Reeditado em 20/12/2016
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