SOZINHO, MAS NÃO SOLITÁRIO

Para algumas pessoas, o fato de permanecerem sozinhas por um pouco de tempo é muito tedioso. Incômodo. Uma sensação de nada para fazer nem com quem conversar. Um vazio profundo.

Sim, fomos feitos para interagir e viver em sociedade. É uma verdade. E sabemos que os relacionamentos interpessoais são grandes dádivas que temos oportunidade de desfrutar. Sem dúvida que o são. Porém, existem momentos onde estar só, não significa, necessariamente, estar solitário.

Não perceber essa oportunidade que temos diante de nós mesmos, pode explicar aquilo que, possivelmente, tenhamos medo de assumir: que não somos um amigo estimado para conosco. É como se você, diante de si mesmo, tivesse o mesmo desdém ou indiferença para com aquele que não goza de sua simpatia. Um sentimento de aversão por estar em sua própria companhia, pode nos fazer a todo custo buscar outros meios para suprir essa falta.

Na falta de pessoas para interagir, podemos decidir por algo que canalize essa frustração por meio de um hábito que provoque um bem estar momentâneo. Poderão provocar estímulos prazerosos com prazo limitado, mas deixarão os efeitos depressores em seu rastro; como uma ressaca, por exemplo. Isto resulta num círculo contínuo, tornando a superficialidade a vestimenta que tece o seu caráter.

Encarar a si próprio com todos os monstros que circundam sua alma, torna-se mister. Mais que isso. Será a diferença entre um ser acomodado em águas rasas e um outro ser, que decidiu mergulhar no seu mar interior, retirando lixo com a mão esquerda e preciosidades em sua destra. O lixo poderá ser descartado ou reciclado. Já as preciosidades, trarão à memória o seu senso de valor e, consequentemente, sua contribuição para a sociedade.

Perdendo o medo de encarar a própria face no espelho, e o fardo emocional que sufoca nosso frágil coração, ganharemos força dia a dia se não desfalecermos, caso a honestidade seja o nosso adorno enquanto pessoas.

André Nasser

André Nasser
Enviado por André Nasser em 04/09/2016
Reeditado em 04/09/2016
Código do texto: T5749620
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