Pandemia março.2020

Já pisamos na Lua e planejamos colonizá-la e logo depois fazer o mesmo em Marte;

Já mapeamos e nomeamos cada planície, vale, cânion, serra, cordilheira, praia, montanha, vulcão, na superfície e no subsolo, não só da Terra como também da Lua e até de Marte e de outros planetas e seus satélites em nosso sistema solar;

Já conseguimos enxergar galáxias a mais de 32 bilhões de anos luz distantes de nós no universo;

Já sabemos explicar como se formam e como ocorrem todos os tipos de fenômenos naturais, desde os mais corriqueiros e inofensivos até aos mais destruidores e mortíferos;

Já fomos visitar presencialmente abismos no mar, tão profundos que a luz solar não consegue chegar;

Já sabemos fazer carros que chegam a 490km/h, se auto conduzem sem motorista, estacionam sozinhos e atendem comandos de voz;

Já sabemos fazer aviões que chegam a perto de 6 vezes a velocidade do som;

Já sabemos fazer computadores capazes de executar quase 150 quatrilhões de cálculos por segundo;

Já produzimos robôs que constroem, andam, voam, rastejam, pulam, nos imitam e são capazes de nos substituir em tarefas perigosas ou de missão crítica, inclusive militares;

Já estamos construindo o primeiro prédio com um quilômetro de altura;

Já sabemos comprar e vender, de qualquer parte do mundo, para qualquer parte do mundo e a partir de qualquer parte do mundo, em minutos e sem utilizar nenhum tipo dinheiro físico;

Já chegamos a 7,8 bilhões de habitantes no mundo todo...

...mas um vírus, uma criatura invisível a olho nu, transmitido, ao que tudo indica, por um simples descuido no hábito alimentar exótico de uma nação desenvolvida, desnudou a nossa autoconfiança revelando o quanto somos frágeis e facilmente seduzidos pelas nossas realizações e pelo que os nossos olhos nos mostram.

Neste momento, nós e todos os nossos bens e riquezas corremos o risco de sermos confinados pela opção do dano menor, imposta pelas ações necessárias à contenção do vírus e que esvaziou os nossos mercados, as nossas cidades turísticas e os seus shows e espetáculos.

Neste cenário, entretanto, podemos redescobrir a fé em Cristo, partindo da consciência de que temos, como sociedade, agido e caminhado em quase total indiferença a Ele ou à Sua vontade, como se tivéssemos assumido inconscientemente a responsabilidade pelos nossos atos e agora, assustados, ficamos desorientados e carentes de que alguém, de alguma das nações do mundo, descubra logo a vacina para evitarmos que outras milhares de mortes aconteçam.

Nos ponhamos em oração pela inspiração que revelará o caminho do remédio que poupará a vida de outros tantos milhares, antes que esse volume cresça ainda mais.

Até lá, sigamos todas as recomendações médicas e sociais e nos ponhamos em oração para que os doentes resistam e que prestadores de serviço e comerciantes de insumos de saúde não vejam na alta procura uma forma bem vinda de aumentar o lucro, mas que, se solidarizem com o sofrimento alheio e não esqueçam que seus lares e famílias não estão imunes.

Precisamos vencer.

Recorramos Àquele que venceu a morte por amor a nós!

São Paulo, março de 2020. (cvr).