É melhor pensar com a barriga.

Certa vez, depois de um puxado treino de judô, meu amigo e faixa preta Marcelo Quácio, descendente de japoneses por parte de mãe e que havia passado alguns anos no Japão, decidiu encerrar o treino com uma mensagem; e transmitiu a todos os presentes uma lição que havia aprendido no Japão, com um grande Mestre.

Ele nos contou que um Mestre japonês disse que no ocidente, as pessoas pensam com a cabeça; e que, estando a cabeça muito próxima à boca, normalmente falamos o que não devemos, ou de forma rude, ríspida; e que por vezes, por meio de uma palavra mal proferida, iniciamos conflitos inúteis.

Então o Mestre ensinou que o povo oriental, entre eles o japonês, pensa com a barriga, e completou, dizendo que quando se pensa com a barriga, o caminho é mais longo para se chegar até a boca, permitindo assim, que antes de serem ditas, as palavras possam ser selecionadas, medidas ou pesadas. Pode-se assim, durante o caminho; aperfeiçoar, aparar as arestas, e refletir se o que sairá pela boca será condizente com o que você realmente quis dizer.

Achei um ensinamento interessante, como a maioria dos ensinamentos da filosofia oriental, e acho que se aperfeiçoarmos essa prática, evitaremos os famosos ataques de fúria no trânsito, no trabalho, no convívio familiar, enfim, no nosso dia-a-dia.