A Paz
Paz
Paz vos trago meus filhos,
a mesma paz da origem dos dias.
Tu que és centelha divina,
nascido sobre as penas de minhas asas,
não sabes nada, simples e ignorantes,
aprendeste cada palavra, andaste passo a passo,
antes protegido pelo ventre materno,
criaste asas, e voaste rumo as escolhas,
na dualidade da tua alma,
envolta sobre o véu do esquecimento,
já fostes uma criança pura de coração,
um jovem disposto a mudar o mundo,
procurando respostas externas,
se viu diante da fragilidade dos homens,
se disiludiu com a desesperança,
nascidas de crenças de uma criança,
hoje carregas as lembranças,
na luta do dia a dia,
está cansado pela lida,
é verdade que a idade traz sabedoria,
mas a fonte dos desejos é mais simples,
na caridade e no desapego as águas são mais límpidas,
a fonte é inesgotável,
nunca é tarde para arrotear e semear a terra,
o crescimento da árvore é lei divina,
seus frutos dependem dos seus pensamentos,
das suas palavras e ações,
se a tua árvore da vida for centelha divina,
teus frutos serão jogados a terra,
e se multiplicarão em amor e sabedoria,
o livro dos teus dias será página bendita,
o salvo conduto da tua história,
a glória dos que te esperam a porta,
pois o reino dos céus não é na terra,
ele está no coração do Pai que vos criou,
a felicidade também não é desse mundo,
ela está no coração simples e puro do menino
que um dia habitou seu coração.
Ricardo, 06/01/09.