Carta para uma amiga.

Não somos capazes de precisar o futuro, no entanto como seres humanos insistimos em viver a maior parte de nossas vidas lembrando o passado e planejando um futuro que nem sequer sabemos se irá existir. Vivemos um presente muito afoitamente que não paramos para observar os detalhes que fazem a vida acontecer como por exemplo; o nascer do sol, a florescência da árvore na esquina de nossa casa, a enxurrada que corre aos nossos pés nos dia de chuva e os raios de luar atravessando a penumbra de nossas salas de estar nas noites encantadas de verão. Vivemos automaticamente como andróides programados e esquecemos as belezas sutis que estão muito perto de nossos olhos mas que não vemos. Começamos tudo novamemte diuturnamente desde o início e não somos capazes de recomeçar de onde paramos pelo simples medo de errar, quando viver empiricamente talvez seja o modo mais correto de aprender. Vivemos demasiadamente longe uns dos outros e não dá para entender certas situações, principalmente quando já estivemos muito próximos e a distância não se torna o maior abismo entre as pessoas, mas o tempo e o esfriamento das relações. No girar contínuo dos PDCAs que envolvem a própria vida, acabamos por esquecer o calor humano figurado nas conversas amenas, na informalidade e nos absurdos de variadas situações. Planejamos muito, verificamos demais, atuamos em demasiada lógica para executar praticamemnte nada daquilo que poderíamos melhorar. Filosofamos absurdamente sobre hipóteses e acabamos por não meditar sobre nosso modus vivendi rotineiro.

Ao olhar para o passado eu lamento não o que fiz ou deixei de fazer, mas lamento profundamente minha atitude em permitir que entre eu e você pudesse haver uma barreira, uma muralha. Eu deveria estar mais próximo de você, de seus risos francos, de suas observações inteligentes, de suas canções prediletas e de suas conversas sobre o côncavo e o convexo deste mundo em que vivemos e que sobre a nossa ótica aprendemos a gostar e a entender. Somente sobre a nossa ótica pudemos um dia em literata poesia, colocar no caos reinante , uma única harmonia, a harmonica sensação que pode ser transmitida por um amigo e uma amiga. A sensação de segurança de uma amizade verdadeira.

Guilhermino
Enviado por Guilhermino em 27/02/2009
Reeditado em 01/03/2009
Código do texto: T1460694
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