(João 4:1-26) “Jesus Conversa Com Uma Samaritana”. Jesus Conversa com Você!

Essa é a história de uma samaritana, mas pode ser a história de um sergipano, de um paraibano, de um carioca, de um paulista, etc. Essa é uma história de alguém que tem sede de vida. E sede de vida todos tem, salvo os que já encontraram vida naquele que é o autor da vida.

Viver é bem diferente de sobreviver. Muitos sobrevivem e poucos são os que vivem. Sobreviver é continuar a viver após alguma coisa. Uma pessoa que é livrada da morte depois de ter passado por um grave acidente, é costumeiro dizer que ela tenha sobrevivido. Porém, acidentes são casos fortuitos, e muitos, apesar de não passarem por nenhum acidente, vivem sobre (ou sobrevivem) a dependência de alguém ou alguma coisa. A samaritana, antes da conversa com Jesus, apenas sobrevivia.

Dizer o que é vida, fazer uma definição sobre o que é viver, não é algo muito fácil. Muitos filósofos, teólogos, psicólogos ou cientistas de uma maneira geral, já se digladiaram a cerca desse assunto. Esse não é o intuito aqui. Não é provocar os estudiosos, nem trazer mais contenda. O objetivo é falar a respeito da sobrevida e da vida da samaritana. A sobrevida veio primeiro porque inicialmente todos sobrevivem, e depois podem ou não virem a ter de fato uma vida. E o que de fato eu considero vida? Falo na primeira pessoa porque não quero lançar nenhum nome na fogueira das “citações”, e assim assumo a total responsabilidade quanto ao que for dito. Então vamos lá.

Com toda certeza, essa é a época na história mundial onde a cibernética está mais inserida ou envolvida com a sociedade. Quando se fala em cibernética, é impossível não pensar ao mesmo tempo no controle das máquinas, dos robôs. Um robô passa a ter “vida”, quando o seu mentor o liga a uma fonte de energia que transmitirá as descargas elétricas necessárias para trazer-lhe os movimentos que haviam sido planejados. Essa “vida” do robô está entre aspas, posto que não é vida que ele tem, na verdade. Ele, o robô, nem sabe que está vivo e nem que esteja “morto”, nem sabe quando iniciou e nem quando terá o seu fim. Não há nele consciência de quem o fez, de por que fez, com que intuito ele surgiu; essa é maior prova da ausência de vida nele. E é assim que muitos “seres humanos” vivem, na total ausência de consciência. Sendo assim, digo eu: ter vida é ter plena consciência de quem o fez, para que o fez, com qual intuito soprou vida em matéria inanimada. Na história da humanidade, segundo o prisma bíblico, o homem inicialmente teve vida (Adão e Eva) e logo após teve morte. Porém, o cordeiro que foi imolado mesmo antes da fundação do mundo, no tempo em que aprouve a Deus enviá-lo, se tornou a palavra encarnada, a fim de morrer pelos nossos delitos e pecados para que a vida voltasse a nós e nunca mais nos deixasse. “Para que todo aquele que nele crer”, com a sua consciência em fé, saber que “Deus amou o mundo de tal maneira (...)” para que a vida eterna tenha direito, por meio do seu filho que dá o direito a quem não tinha direito algum. Sendo assim, só tem vida quem tem Jesus como mentor. Quem vive para ele, por ele e por meio dele. E quem vive assim, ele mesmo diz: “Terá vida plena ou em abundância”. Quem quiser saber como é essa vida em Jesus: vem e vê!

Depois desse longo parêntese, voltemos à história da samaritana. Como foi dito anteriormente, ela, antes de Jesus ter parado para descansar (João 4:4), apenas sobrevivia ou vivia sobre a dependência. Mas porque afirmo assim, se não é isso que está dito? Não está com esse termo, mas é isso que está dito, sim. Quando Jesus diz que ele pode dar a água que ela (a samaritana) nunca mais voltará a ter sede, está se utilizando da “água” como um símbolo visível de algo que desejou transmitir que não pode ser visto, mas apenas entendido no recôndito da alma humana. A água talvez seja o elemento natural mais importante para o corpo humano. No corpo, somos inteiramente dependentes da água. Sem água, não há corpo que aguente. Essa mulher samaritana, assim como a maioria de nós, somos inteiramente dependentes na alma de alguém ou alguma coisa, e por isso apenas sobrevivemos, como já foi falado. E não necessariamente essa “coisa” ou esse “alguém” que nos causa dependência seja algo ruim, assim como a água não é ruim ao corpo, mas é boa e fundamental, quando é apenas água que supri a sede e alimenta o corpo. A dependência da mulher era ter um marido. Por isso é que, quando ela pede a água viva que Jesus ofereceu, ele manda que ela vá chamar o seu marido. Quando se lê mais não se entende o que lê, é fácil pensar: “por que Jesus muda a conversa assim? Ela pede água viva e ele manda chamar o marido?!” Pois é, a figura de um marido ao seu lado é o fator que causa a sua dependência, ou falando de outra maneira, é o que impede que ela receba o que pediu: Água Viva!

Jesus declarou, sem rodeios, o fator impeditivo, a causa da sua dependência. Ter um cônjuge é algo ruim? Não, de maneira alguma. Ruim é querer ter a todo custo (tanto que já tinha tentado cinco vezes, e o atual nem seu marido era (João 4:17)). A figura de um marido ao seu lado ou dentro de casa é o que dava aquela mulher limitações para viver plenamente. Quais são as “figuras” que nos trazem essa limitação? De repente pode ser o namorado, o emprego, os pais, a faculdade, etc. Pessoas que vivem sobre essas dependências, quando não as têm mais, desejam morrer, visto que, para os que sobrevivem, não estar morto já é lucro, e morrer seria o mais “normal”, então morrem de vez. Quem tem a vida, não acreditam na morte, pois o próprio Deus colocou a eternidade em seus corações (Eclesiastes 3:11).

Não para todos Jesus afirmou ser o Messias (chamado Cristo), mas para esta mulher ele afirmou. Por quê? Porque ela pediu água viva, e ele, Jesus Cristo, o Messias, é a Água Viva, e quem dele prova nunca mais volta a ser dependente de coisa alguma nessa vida. Nunca mais volta a ter sede de coisas que não são “água” para sua alma, posto que, água para alma só Jesus é. Quando isso acontece, querer ter um marido, se tornará, apenas, querer ter um marido para uma mulher que é solteira e livre para o matrimônio. Acaba a dependência, e só resta a vontade de coração simples e natural da vida de algo que é simples e natural.

Veja Jesus se chegando para conversar, peça água viva, escute ele dizer qual a sua dependência, livre-se dela e beba da Água pela qual nunca mais voltará a ter sede.

Seja Jesus nossa água e sejamos nós os sedentos dele!

Deus abençoe!