EU SOU EU... E NÃO O QUE ESCREVO

Quando escrevo,

Nem sempre estou a falar de mim,

As palavras vêm ao pensamento,

E a poesia se faz surgir.

Se cada poesia que escrevo,

Contasse um pouco de minha trajetória,

Seria eu uma mulher de várias faces,

E de mil amores.

Imagina se um escritor,

A cada edição,

Estivesse falando de si,

Sua privacidade... teria um fim.

Não pretendo fazer uma autobiografia.

Minhas poesias falam de amor,

Nada mais sublime é,

Falo apenas de sentimento,

E dou vida a uma mulher.

Usa-se o pronome pessoal eu,

Porque vós não podeis ser,

O eles, nós, fica por conta,

De quem se identifica com minhas prosas.

Tenho imaginação fértil,

Dou asas aos meus pensamentos,

Não existe regra no que escrevo,

Torno-me um personagem a cada momento.

Talvez eu use de exemplo,

O que vivi, presenciei, assisti,

Tudo é mágico, sem explicação,

Falo apenas... De emoção.

Não escrevo poesias,

Pensando em não me comprometer,

O poeta já é comprometido,

Com seus sentimentos ao escrever.

Só não quero vincular,

A minha vida, com que escrevo,

Eu sou eu... Nada haver.

Com os meus versos.

Cristina Siqueira
Enviado por Cristina Siqueira em 27/02/2010
Reeditado em 27/11/2010
Código do texto: T2109945