Desabafo

Não sou assim,

Como querem que eu seja.

Fecho-me dentro de mim mesma.

Sofro a dor da castração

Dos sentimentos puros

Que emergem do meu coração.

Tento me moldar; não consigo.

Fujo. Isolo-me no exílio.

Ah!... Como seria bom se não tivéssemos problemas! Mas a vida da gente não funcionaria se não existissem os motivos para conseguirmos superá-los.

Na altura dos meus cinquenta e oito anos de vida, e trinta e sete de casamento, é mais ou menos assim que tenho vivido os últimos oito anos: entre a cruz e a espada. No meio do fogo cruzado entre pai e filha. E digo com toda sinceridade: não é fácil! Haja paciência e amor pra dar conta dessa missão.

Com o coração amargurado e a mente desorientada, não há inspiração que dê conta de fluir. Ela toma outro rumo, e cadê querer voltar? Por essas e outras tantas, quando menos se espera, fico ausente deste espaço.

Não me faltam histórias. Falta-me coragem para contá-las. Mas tenho muito ainda a aprender, e é por este motivo que mantenho a teimosia de escrever e sempre volto. É aqui, nesta casa, onde competência e encanto iluminam a minha alma, que tento me lapidar.

Com a intuição aguçada,

Vou à luta.

Busco forças.

Sonho com a beleza

Da pedra lapidada.

Tenho tido a felicidade de encontrar no Recanto das Letras, pessoas que me compreendem e me desculpam por não estar presente diariamente em suas páginas. Tornam-se amigas e abraçam-me tão especialmente, que em certos momentos são mais carinhosos do que, na realidade, quem deveria sê-lo. Portanto, registro mais uma vez, os meus sinceros agradecimentos a vocês todos que me prestigiam, que sentem minha falta e deixam, carinhosa e generosamente, o doce perfume de suas presenças neste simples cantinho. Obrigada, meus queridos!

É isso!

Beijocas da Ceres.

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