Sobre o amor e o egoísmo

Aprendemos muito sobre amor, solidão, egoísmo. Aprendemos muito de forma distorcida, ou da forma como melhor convém ao geral. Somos seres sociais, assim sendo, é normal que convivamos com outras pessoas, constantemente. É uma regra geral, mas que se modifica com o passar do tempo. Nós, com mais de 50, temos uma história que nos acompanha. Desde o nascimento, aprendemos e seguimos regras. Obedecer, acatar, pensar nos outros. Egoísmo é errado. Quem é sozinho, é solitário. Amor. Quando falamos em amor, pensamos em um amor nosso, namorado, marido, companheiro. Isso é uma forma de egoísmo. Esse amor é egoísta. Não abre espaço para mais ninguém.

Estar sozinho e gostar de estar sozinho, é uma forma de amor. Por si mesmo. É egoísmo? É. Necessário para a nossa reconstrução emocional. Isso não aprendemos. Nos doamos como irmãos, como filhos, como amigos, esposos, pais, avós. Quem consegue dar essa parada para se redescobrir, renasce melhor. Abre-se para a vida, com carga nova. É preciso tempo, paciência, passo a passo.

Quando damos uma virada na vida, o tempo de estar sozinho é indispensável, para colocar a casa interna em ordem. Estar rodeado de pessoas, pode nos tirar do prumo, ao invés de nos dar apoio. Ninguém melhor para avaliar o que sentimos e queremos, do que nós mesmos. No início, angústia, aflição. Depois, tranqüilidade, paz e, no tempo certo, uma portinha p quem sabe, um novo amor. (2005)