Hipócrita, Eu?


     Convidado para proferir uma oração na assembléia legislativa do Kansas, E.U.A, o pastor Joe Wright, elevou sua voz aos céus e fez a seguinte petição a Deus

     “Pai do céu, nós estamos hoje diante de Ti para pedir o Teu perdão e a Tua direção. Nós sabemos que a Tua palavra diz: “Ai daquele que chama o mal, bem,” mas é exatamente isto que nós temos feito. Nós perdemos nosso equilíbrio espiritual e invertemos nossos valores.
     Nós confessamos que...
     Ridicularizamos a verdade absoluta de Tua Palavra e chamamos a isso Pluralismo.
     Exploramos o pobre e chamamos isso loteria ou sobrevivência do mais forte.
     Recompensamos a preguiça e chamamos isso de bem-estar.
     Matamos nossas crianças antes de nascerem e chamamos isso de escolha.
     Negligenciamos a disciplina de nossas crianças e chamamos isso “construir auto-estima.” 
     Abusamos do poder e chamamos isso política.
     Invejamos as posses de nossos vizinhos e chamamos isso ambição.
     Poluímos o ar com abominação e pornografia e chamamos isso liberdade de expressão.
     Ridicularizamos os nobres valores de nossos antepassados e chamamos isso de esclarecimento.
     Sonda-nos, Oh Deus, e conhece o nosso coração hoje; limpa-nos de todo pecado e faz-nos livres. Guia estes homens e mulheres que foram eleitos, para nos dirigirem no Centro de Tua vontade e para abertamente questionar estas coisas no nome do Teu filho, o vivo Salvador, Jesus Cristo. Amém!”

     Hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando representar ou fingir. O termo hipocrisia é também comumente usado (alguns diriam abusado) num sentido que poderia ser designado de maneira mais específica como “um padrão duplo.”

     Hipocrisia é falsa devoção. Tem motivos duvidosos, mas pode ser definida de modo simples: é conhecer a verdade, mas não obedecê-la. Dizer, por exemplo, que Cristo é o Senhor, mas não fazer-Lhe a vontade.

     Na verdade, a hipocrisia é a virtude deteriorada pelo falso desejo de ser virtuoso, uma vez que o hipócrita não tem vontade real de ser bom, apenas uma inclinação para apresentar-se em consonância com o perfil idealizado.

     Nossa hipocrisia porém, não engana a Deus. Ele enxerga o que os olhos humanos são incapazes de contemplar. Ouve as palavras, mas concentra-se nos motivos. Vê os gestos, mas esquadrinha o coração. Ele sonda os nossos corações e conhece o nosso íntimo. Não há nada que possamos fazer para esquivar-nos de Deus.

     E, por mais irônico que pareça, a hipocrisia não engana sequer os mortais. Como bem escreveu Léon Tolstoi: “A hipocrisia é capaz de iludir o mais inteligente dos homens, mas a criança de mais limitada inteligência logo a descobre e por ela sente repulsa, por mais hábil que seja a simulação.”

     Alguém disse: “Na Lei de Deus, três classes de pessoas erram.
1- Os que não sabem e não perguntam.
2- Os que sabem e não ensinam.
3- E, os que ensinam e não praticam.”
    Qual das três é a pior?

     “Então Jesus disse a eles: —Para as pessoas vocês parecem bons, mas Deus conhece o coração de vocês. Pois aquilo que as pessoas acham que vale muito não vale nada para Deus.” (Lucas 16:15 - NTLH)

     “Mas Jesus lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de Deus.” (Lucas 16:15 - RA)


Texto extraído do livreto: Meditações do Põr do Sol, 2006.