VIVEMOS EM UM MUNDO ESTRANHO
Tenho dificuldades em explicar aos meus filhos o mundo em que vivemos.
Valores foram invertidos, virtudes são ignoradas
O corrupto virou esperto, o covarde: "sabido"
Por outro lado, os honestos e fiéis são chamados de tolos
A fé virou negócio e a tolerância a "única virtude de quem não crê mais em nada".
Amores são eternos, apenas enquanto duram e se amizades sinceras fossem objetos seriam encontradas em museus.
No filme da vida não há mais mocinhos nem bandidos, todos são vítimas.
O cidadão é vítima do criminoso, que é vítima da sociedade, que é vítima de não sei quem mais.
Crianças recém-nascidas jogadas no lixo "é monstruoso".
Crianças arrancadas do ventre e jogadas no mesmo cesto é "direito da mulher".
"A educação é o caminho", dizem.
Mas, são os "educados" que sugam as forças do povo, sonegam o Estado
e, bêbados, matam indefesos com suas possantes máquinas.
Nobel da paz faz guerra e os herois da juventude estão drogados
e ainda assim são celebridades (seja lá o que isso signifique).
Chego à conclusão de que a globalização espalhou não só informação
mas também estupidez pelo mundo.
Todavia, não desanimemos com o crescente mal.
Luther King dizia que não se angustiava com a injustiça dos maus, mas com a omissão dos bons.
De minha parte, não acredito na bondade humana.
Jesus falou: "só há um bom, que é Deus".
Mas creio que o homem pode receber a bondade divina pela fé.
Assim, cabe a nós recebermos do alto raios de graça, respingos de amor
Para resistirmos a tudo que nos torna menos semelhantes a quem nos criou.
Quem sabe assim este mundo se tornará menos estranho.