Diante de tamanho desinteresse pelos capítulos de a varanda do frangipani de Mia Couto — meu compromisso de aqui transcrevê-los tais quais os livros antigamente eram publicados, em folhetins, contando gotas —, com esta sinopse do romance tento estimular apetites às suas leituras.
  Num lembro donde catei este breviário, nem sei.
  Atentem à prosa poética do autor moçambicano!

 
Germino da Terra
  Em tempo: ainda que a massa deste Recanto e de outros cantos continue desinteressada do belo texto, há quem ele belisque. E, a este alguém, que seja um único gato-pingado, com vagar irei ao 15º capítulo. Hoje é o 4º, o segundo dia nos viventes.
 
sinopse de a varanda do frangipani, por Anônimo

Depois da independência de Portugal, em 1975, Moçambique enfrentou quase duas décadas de conflitos. O período foi marcado pela oposição entre os antigos guerrilheiros anticolonialistas da Frelimo — que tomaram o poder e tentaram implantar o socialismo no país —, e o grupo de orientação conservadora Renamo, alinhado à Rodésia e à África do Sul.
  A história de a varanda de frangipani se passa vinte anos após a Independência, depois dos acordos de paz de 1992. O romance é narrado pelo carpinteiro Ermelindo Mucanga, que morreu às vésperas da Independência, quando trabalhava nas obras de restauro da Fortaleza de S. Nicolau. Ele é um xipoco, um fantasma que vive numa cova sob uma árvore de frangipani na varanda da fortaleza colonial. As autoridades do país querem transformar Mucanga em herói nacional, mas ele pretende continuar anônimo morrido. Entretanto, para tanto precisa remorrer. Então, seguindo o conselho de seu pangolim (no caso, uma toupeira), encarna no inspetor de polícia Izidine Naíta, que está a caminho da Fortaleza para investigar a morte do diretor.
  Mais de vinte anos depois da independência de Moçambique, quando a guerra civil já arrefeceu, a Fortaleza é um lugar em que convergem memórias, heranças e contradições de um país novo e ao mesmo tempo profundamente ligado às tradições e aos mitos ancestrais. De sua varanda, se pode enxergar o horizonte.
  O romance de Mia Couto esboça, assim, uma saída utópica para um país em reconstrução.

 
Anônimo
Enviado por Germino da Terra em 14/03/2012
Código do texto: T3553313
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