A conquista do TER e a felicidade do SER . . .

Corri, como tantos, a vida inteira atrás de uma melhor renda e, no entanto, pude hoje, no auge da minha maturidade e com muita serenidade, perceber que as coisas que mais me fizeram e ainda me fazem feliz, não dependeram, sequer, de ter uma renda, tais como, escrever a primeira poesia num pedaço de papel qualquer, cantar num programa de calouros e ver a emoção escorrer pelos lindos olhos de minha saudosa mãe, dividir a minha solidão com algumas noites de lua e muitas estrelas, tomar banho de chuva, acordar com pássaros cantando a canção do nascer do dia, parar diante do pôr do sol, relembrar com a mesma ingenuidade o primeiro amor, conquistar alguns amigos que até hoje, mesmo sem saber, são residentes queridos do meu coração e poder ter plantado, em diversas circunstâncias, o sorriso em faces tristes, usando só e tão somente, meia dúzia de palavras sinceras, otimistas e plenas de verdade. Enquanto a conquista segue vida a fora conjugando o verbo TER, a felicidade, simplesmente, segue firme, acertadamente, teimando em SER. (EduMagalhães)