PERDAS

Como é difícil lidar com a perda de um ser amado, ou mesmo de um amigo.

Mas temos que continuar, ser fortes e mostrar para a morte que somos mais um, somente mais um que ela um dia terá que levar.

O grande medo consiste em não sabermos quando será esse dia.

Mas se passarmos pela vida, deixarmos nela uma marca indelével, suave, mas perene, certamente teremos cumprido nosso papel.

Podemos deixá-la nos filhos, bem educados, bons profissionais que, mesmo errando, procuram acertar.

Podemos deixá-la nas nossas relações humanas, até com aqueles que sabemos não gostar muito da gente.

Podemos deixá-la nos momentos em que vivemos plenamente esse sentimento chamado amor, tão combatido pela modernidade, tão vilipendiado pelo sexo fácil e tão confundido pelos seres humanos.

Se caso nossa existência serviu para, ao menos por um momento, conseguirmos viver bem e se nesse momento fomos luz para alguém, já valeu a pena. Aliás como dizia Fernando Pessoa “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. E não podemos deixar nossas almas se tornarem pequenas em virtude de atos ou mesmo omissões na nossa vida. Vamos mudar, cada dia, com coragem de um menino, com a força de um tigre, mas com a cabeça de um velho sábio. Penso que assim, ficará mais fácil aceitar quando a nossa amiga morte vir ao nosso encontro.