Oceanos
 
     POR OCEANOS EU SIGO traçando diferentes rumos, onde diz que muito já naveguei, e adentro em rios e mares, próximo de tantos outros  oceanos que por algum tempo fiquei. E assim, vejo-me como grande desbravador, no entanto hoje olho para o interior de minhas janelas, enquanto meus pensamentos buscam o que eu fora para ela.
     Quando de alguma forma permiti saber quem um dia fui?...  Quem doravante eu serei? ... Onde nesta viagem poderei perceber os altos e baixos sobre toda imaginação. Imaginar um tempo que jamais por mim fora esquecido, e assim procurar perante todos o que encontrar ante meu coração ferido.
     Parado em algum lugar, estagnado, esperando a vez de aportar, deixando a tristeza de lado, e o pensamento invadir terras onde jamais estivera, e dela se apossar, enquanto desta eu fui banido. Por alguém que na vida eu tanto amei, e não soube deste coração cuidar, jogando as pragas sem aferir qual tempo ou lugar.
     E nisto diante dos meus olhos, percebi todo feito da minha agonia, aonde minha imaginação nada sobre o que passara esqueci, e mais adiante ainda pretenda ir, se volta e meia estou diante deste que me faz sofrer.  E nisto às vezes desabafo, sobretudo que já passei, e quando muito me exponho, lamento o que a minha frente eu encontrei. 
     Eu fui por alguém ferido, e me pus como animal arisco, que desconfiado em seu habitat, procura não chorar. Enquanto a tristeza emana, e a solidão por si preenche todas as lacunas.