É PRECISO TER PAZ NA ALMA...

Quanto mais materialista se torna a ciência, mais anjos pintarei:
Suas asas são meu protesto a favor da imortalidade da alma.
[Sir Edward Colei Burne-Jones - Pintor]


Alto deve ser o valor de suas ideias, não o volume de sua voz.
Parece ser provado ao senso comum, mais ouvir a baixa voz, do que emissões de voz gritadas, ainda que de grandes pensadores. “A palavra branda aplaca a ira, as palavras duras suscitam o furor.”
Cristo jamais fez uso de alta voz em detrimento de suas elevadas ideias.
Porquanto em altos cantos e arrogantes sermões, as tochas humanas e as agruras dos crucificados alumiavam os olhos e agraciavam ouvidos ávidos dos hipócritas e fariseus, corrompidos pelo poder vigente.
Passam dos decênios, séculos e milênios as atitudes dos “príncipes” são a mesma:
Enquanto Hitler esganiçava seus berros de inaudita ignorância e crueldade arrogante, ao exercício da tirania, o povo alemão o aclamava como deus.
Ao passo que, Gandhi, aproximava-se por vezes ao sussurro 
e utilizava a terapia do silêncio.
Enquanto que Chaplin fazia... cinema mudo.

Use tom baixo de voz.
Não são os gritos que são ouvidos,
Mas o conteúdo para se ouvir.
O balbuciar em súplicas aguçam mais o espírito
Os gritos, irmãos mais próximos da agressão,
Ajudam a suscitar a ira e a levantar o furor.
Eleve ao mais alto o sublime de seus pensamentos:
ao clamá-los ultrapassam fronteiras muito além de suas cordas vocais.
Atingirão horizontes insondáveis aos ruídos; um reino de plena paz... o tanto quanto pode conseguir o desejo da alma. 
O que os seres humanos mais precisam nesse crepitar de bombas, decapitações, fuzilamentos, suicídios lentos por indução às drogas, assassinatos, guerra civil diária entre traficantes e policiais, e as pessoas em meio a tudo ou a propósito, beneficiadas pelo tráfico.
Somam-se a tudo: dogmas, doutrinas, pulverização do espiritualismo, enquanto é preciso para  conter as paixões exacerbadas... A paz... a paz! E a Harmonia. “Quem não ajunta espalha”.
Isto não conseguimos sozinhos, não somos deuses de nós mesmos, não somos personagens de páginas de H.Q ou ficção lierária.

O Amor epistolar de Paulo disseminado como ensinamento fundamental, aos seus amados em seu tempo, tem sua frente de amplitude do tamanho do Universo para dele retirarmos toda harmonia e a tão necessária Paz, exterior quanto interior.

As fragilíssimas estalactites de uma caverna perdida nas noites dos tempos,
não suportam, se desintegram aos altos ruídos e as turbulências do mundo vigente.
As depressões humanas, nome copiado das depressões geográficas, podem se transformar em poços profundos, escuros e cavernosos ou em abismos abissais.
As causas são tão múltiplas a não se poder enumerar; mas canalizar nós podemos na maioria dos casos: começo no lar com aqueles elementos citados de “guerra constante” – o espírito humano racional não suporta ir além de sua capacidade de carga 
- Um filho morto a tiros (nunca são para uma mãe e pai “balas perdidas”, são “certas e amaldiçoadas sempre”) – torna-se “comum”; é a tela iluminada da TV que noticia... e é só mudar o canal ou os apresentadores mesmos, mudam o assunto para o futebol. Até o semblante do apresentador passa da seriedade para um largo sorriso...
As estalactites e estalagmites fragilíssimas de nossa alma desfazem-se frente ao furor crepitante do mundo.

Os fariseus atuais batem no peito e por muito falarem aos brados Senhor, Senhor; - ornados de ouro, pensam estar sendo ouvidos...
Não, hipócritas! Não! O pobre maltrapilho que em genuflexão em quietude pedindo perdão para seus pecados, afirmando ser um verme que nada representava e merecia, este foi ouvido. Não às vistas dos seres humanos, que não conseguem perscrutar a alma, mas Daquele que nos criou. 

O balbuciar de doces canções e o som de suaves melodias,
fazem as crianças e os velhos adormecerem e sonhar com  a antevisão do paraíso.
As mensagens divinas nos chegam envoltas em sinfonias siderais.
O silêncio nos traz a penumbra amena da profundeza dos bosques e no envolve em 
seus aromas, cantos de pássaros, o marulhar das cascatas, o odor das flores
e resinas perfumadas
cipós, trepadeiras floridas e balouçantes à brisa que os embala...
Quando medito sobre a Perfeição, minha alma insiste na encantadora pergunta : - Que mesas,
cadeiras, arcas, portas e janelas Jesus deveria ter feito como carpinteiro aqui na Terra?
Qual a intensidade sonora perfeitamente colocada na voz, o Nazareno não usara?...
Maravilhosa graça! Qual amenidade, colocação das mensagens, e entonação da voz não ouviríamos !?

Quando somos audiência, estamos ouvintes, a mim é sumamente mais introspectiva as mensagens suaves ricas de conteúdo metafórico, parábolas, fatos e exemplos vividos pelo palestrante, casos que traz ao senso comum dos ouvintes de forma tranquila, voz audível e bem postada. Seja a palestra de que área for. As sacras - de certas alas -são as mais suscetíveis ao revés dos brados, os gritos, as respirações forçadas, profundas e sonoras – quase à aflição - para impressionar, (um ex-presidente cassado pelo impeachment, tem por hábito esse expediente ainda atuante no senado). E há seguidores desse expediente de brados, gritos, gestos exagerados ao extremo, espalhados pelo pais e pelo mundo – lembremo-nos de Hitler.
Os brados, a elevação excessiva da voz ao invés de levar o orador a estar “ inflamado” "avivado" como dizem; está na senda da petulância, arrogância, usando do imperativo e dando ordens para Deus, em lugar de estar peticionando, ou tangendo ovelhas.

Também imagino, que alcance emotivo as sinfonias dos Arcanjos deverão atingir-nos
pelos recônditos do infinito, muito além de nossa imaginação!
Qual a dimensão e efeito podem causar na mente e coração da criatura humana a máxima grandiosidade da beleza e perfeição?...

O que é a beleza a paz , a perfeita organização de nosso âmago original, senão a luz, a suavidade melódica nos cantos e harmonias dos sons que percorrem nossos sentidos? Esta é a luz que nos acalma, o brilho de nossa alma. A Paz para o nosso Amor!
Mauro Martins Santos
Enviado por Mauro Martins Santos em 30/04/2015
Reeditado em 12/05/2015
Código do texto: T5225295
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