O POETA E A VIDA




O poeta entende a vida
Bem mais com o coração,
Esconde suas desditas
Descrevendo a emoção
De alguém que de saudade
Quer desistir de viver
Buscando sem vaidade
Amenizar seu sofrer.

O poeta namora a lua
Chora por sentir saudade
Sonhando percorre ruas
De qualquer uma cidade;
Tenta livrar-se da dor
Que lhe machuca à distância
Encontra na pétala da flor
Razão pra ter esperança;

Na poesia é que alimenta
Um jeito de expressar
A dor que já não aguenta
Dentro de o peito abrigar
Finge que a dor não é sua
Desaba, chora, lamenta
Confessa-se com a lua
Que de alheia se isenta.

Ainda que o poeta seja,
Como dizem, um fingidor
É bom que ninguém se esqueça
Que ele sendo um trovador,
Continuará fingindo
Que não sente a mesma dor
Dos quantos estão mentindo
Negando sofrer de amor.

O poeta não descreve
Unicamente o amor
Ele muitas vezes esquece
Que é julgado um fingidor
Ele não só fala de si
Traduz muitos sentimentos
E mais, não sabe fingir
Nem seu próprio sofrimento.

O poeta simplesmente
Não é só um sonhador
Nem sempre é tão envolvente
Pode ser um delator...
Sua sensibilidade
Está sempre à flor da pele
Usa de sinceridade
Pra falar do que lhe fere;

Ele expõe seus sentimentos
Chora ao sentir saudade
Coloca-se em julgamento
Espera sinceridade.
E às vezes mesmo fingindo
A dor que deveras sente
Ele encontra em seu caminho
Quem creia que ele não mente.

O Poeta traz a sina
De ser só um fingidor
Mas ele não apenas rima
Quando nos fala do amor
E ainda que ele possa
De certa forma fingir,
Seu coração também chora
As dores do existir.
***
Escrito em 2008, mas sempre atual.

03/07/2015 14:31 - Jacó Filho, veio mais uma vez me prestigiar com sua magnífica interação, o que venho agradecer-lhe de coração.
***
O poeta mantém com Deus,
Tão estreita intimidade,
Que penetra a eternidade,
Ao cumprir os mandos seus...
***

Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...
Que assim seja meu Mestre!