O imutável ser que repousa no poeta

O IMUTÁVEL SER QUE REPOUSA NO POETA (Por Joacir Dal Sotto *)

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Claro que já pensei em desistir, sendo que todos os dias penso em assassinar quem tenta atingir o meu corpo. Fui levado por um caminho de canções e sonhos, falaram que eu não conseguiria lançar um livro, ter um emprego ou estudar. Cheguei ao alto dentro de minhas buscas incessantes, estou querendo um pouco mais do que já conquistei. Certamente não sou figurinha agradável para muitos, o que não faço é ser levado pela simples noite de embriaguez.

Os meus defeitos morais soam como ironia para o meu espírito jovem, as minhas qualidades alimentam algumas deusas e podem destruir com algumas mulheres insensatas. Tenho livros, tenho trabalho e tenho dinheiro distribuído pelos apartamentos luxuosos, tenho mulheres e tenho um amor incondicional pela vida. Penso em partir para um novo mundo que esteja distante dos valores que hoje sufocam, o que não posso é deixar da dança que fascina, da loucura que predomina em fortes demônios. Usam de minhas insanas palavras poéticas para desestabilizarem os meus passos, poderiam saber que eu sou poeta e também filósofo.

Fico dias escrevendo e até embriagado, não fico é caído sem realmente adoecer. Querem fazer com que eu sofra, o problema é que quanto mais agridem, muitos mais agentes do mal são exalados por quem tenta atirar a brasa para que eu pegue. O meu livro foi vendido e quem não comprou será humilhado por minha ironia. Estou estudando e caso eu precise morar na rua, eu irei arrumar um novo emprego.

A vida é mais longa que o preconceito, mesmo que a elite branca esteja sintetizada na ignorância do povo. Quando falam sem conhecer, é o anjo que apenas reza como se fosse um místico fracassado. Um dia não serei mais lido, porém, serei lembrado por quem sofre e busca por liberdade. Faço parte dos imutáveis maçons, faço parte da imutável maçonaria que é encontrada pelos verdadeiros escolhidos.

O Belchior teve mesmo que sumir antes de morrer, o Nietzsche enlouqueceu para não ver um mundo medíocre praguejando contra uma alta filosofia. Aos poucos quero agredir de qualquer forma quem compara fragmentos, como se fragmentos justificassem uma obra demasiadamente humana. Na totalidade quem compõe o meu coração é amor que existe. Ao fim estarei com o corpo despido, ao lado da mulher sensual que fica querendo sentir o prazer provocado exclusivamente pelo poeta.

* Escritor Joacir Dal Sotto, autor do livro "Curvas da Verdade".

Joacir Dal Sotto
Enviado por Joacir Dal Sotto em 13/04/2016
Código do texto: T5603911
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