LÁPIS
Estava escrito que o tempo é eterno.
Escrito com lápis, onde as horas e minutos são apagadas.
Ainda bem que você existe: lápis!
Está na minha frente com sua cor a me tocar.
Apanho, pego, seguro, escrevo.
Pode a borracha apagar, mas sua marca ficou registrada.
Nada pode medir o que foi feito; ficou.
Letras grandes, miúdas, profundas, claras.
Não importa se escrevo torto, redondo ou reto.
Elas escrevem o que vivi.
Ah, o tempo, aliado que não me deixa esquecer.
Muitos momentos vividos, sentidos, transcritos.
Fina ponta do meu desejo expresso numa folha em branco.
Marcas que gastam a ponta do meu lápis que resiste a dizer tudo que vivi.
Soberano, forte e espesso ao dizer:
Amor meu. Como amo você.