Nossa Senhora das Linguagens
Creio na língua nossa de cada dia.
Creio na força do verbo falar e na potência do verbo escrever
assim como creio na beleza e no encanto que existe na derradeira flor do Lácio, a nossa Língua Portuguesa.
Nossa Senhora das Linguagens,
faça com que o dicionário sirva de médico na cura das enfermidades ortográficas, que tanto ferem os nossos olhos e fazem sucumbir a bela flor.
Faça com que a gramática ainda sirva de bula para um texto doente e confuso.
E que ao colocar os pontos nos “is”, nunca mais se coloque um /i/ fora do lugar.
E que MAS nunca seja “MAIS”; e que nem sob tortura seja “MÁS”; mas que seja sempre o que deve ser: MAS – uma conjunção adversativa – ocupando a sua função de contraste, oposição e ressalva, dentro de uma frase/oração, sem causar dano a texto algum.
Porque isso seria como adicionar um zero numa cédula de dois reais (R$2,00) para transformá-la em vinte reais (R$20,00), prejudicando uns e confundindo outros. Pois se não é justo mover os números, aleatoriamente, ferindo a lei da matemática, também não é justo adicionar ou subtrair letras, ferindo as normas e levando prejuízo às comunicações.
Nossa Senhora das Linguagens,
livra-me também do silêncio das cavernas. MAS, sobretudo, proteja-me MAIS do ruído dos “paredões” que brotam das MÁS ideias.
E, em nome da sabedoria que rege o universo,
livra-me da confusão e da mediocridade, hoje e sempre!
Amém!