Fecho os olhos para brindar...

É hora de rever a vida, os livros, os amigos e separar os bons.

Andar em torno, mover em roda, fazer girar devagar..andar sem destino...

Presságio de temporal, escuro brutal, cristal...calmaria e calmaria...

Sou caçadora de borboletas, corro sobreo orvalho o corpo solto reverencia o sol. O rosto alegra-se com um aceno distante e meu sorriso tem muitas cores.

Este cálice de vinho forte consagra a vida, as vezes dolorosa, involucro exterior da flor completa.

Água, mar, as mãos na água, voltar atrás, nem por todo brilho dos cristais...

Estranhas mudanças no dia e na noite, e um dia o rosto se estranha.E o io continuarána mesma direção...amanhã...

Meu poema quer uma palavra diferente, inconsciente, incoerente e as vezes tola.

Em dias de sol, sentada no jardim, gritei para os passarinhos : confesso...eram palavras de amor.

Talvez o inverno seja rigoroso, faltará conhaque, faltará barulho e os chinelos ao lado da cama.

Esta ousada alegria de areditar que nos unimos para escrever um único poema.

Da multidão esta criatura apareceu e marcou e fiquei secreta...ja passou um bom tempo, quem dera não passasse nunca estes pensamentos por sentimentos que nos fazem permanecer.

Contagia esta manhã...entra...minh'alma esta chegando.

Busquei o sentido de nossas vidas nas memórias de riachos limpos, caminhos distantes e olhares atrevidos.

Vem, me dá a tua mão, passamos o tempo, nas desordens, amor nas dúvidas, amor nas crises, amor eu vou tentar.

Hoje nos expomos a um ritual de meias verdades, pele na pele, boca na boca, não declaramos o amor. Começar de novo vai vaçer a perda.

Os padres ensaiam a música mas não entoam a canção. Perdi o chão e acordei na madrugada do teu beijo. Nem a recordação dos eucaliptos e a lembrança da cor das onze horas me toma mais que a tua recordação.

A alma se não fosse descrente morreria na tarde de sol forte.

Não bastou o verso da desforra e a crença que não tinha para tornar recíproco o verso, desses versos que surgem da lama com uma rima fácil.

O que foi ódio, foi ódio, lamento. Metamorfose no tempo virou palavra, virou papel.

O tempo chora na madrugada dos dias, lágrima muda no ocidente e oriente , mata com a dor da saudade que devora o ser do seio do coração varre o opulento sonho, priva-o do doce, joga-o na vida.

A fita rosa que brande num branco som de silêncio enlaça a rosa à voz do anarquista...artista utópico.

Quando olhei pro céu e vi minha face desdobrada na janela, o relógio bateu meia-noite e eu não sabia de onde vinha tanta dor...o poeta é sombra adormecida no jardim do Édem que chora, geme e feito bandido aproveita-se do drama para escrever...

Viviangia
Enviado por Viviangia em 06/12/2007
Reeditado em 23/10/2008
Código do texto: T767016