Vote por mim...!

...Sei que parecerá mentira para a toda a gente, mas para mim esta eleição no Brasil é como se estivesse a acontecer na Galiza, e eu não posso, querendo, querendo muito votar, não posso, então eu peço a qualquer pessoa que podendo votar não deseje votar, que vote por mim, que me ceda o seu voto... que renuncie a ele e mo ofereça a mim, porque não? a gente cede cousas... Vote por mim, dê esse salto no vazio, e independentemente de sua ideologia vote na Dilma, faça por mim, eu sei que se estivesse aí pensaria como os cépticos, já estive aí quando estive aqui na eleição de Março de 2008... e já me repugnaram os meus, e já os queria matar, e mais votei neles, e fiz esta campanha, eu que sou mais crítica que todos os cépticos da Galiza juntos, fiz campanha para que não acontecesse o que aconteceu, mas a direita ganhou, ou pior ainda, a direita conseguiu que nós (os democratas) perdêssemos, agora estão todos os que não votaram arrependidos, mas é tarde, a direita está a destruir o pouco que os nossos medíocres e maus da esquerda construíram durante os poucos anos que governaram... Não, a direita parece que é democrata, mas não é, não no Brasil, não na Galiza, e então não merece jogar a este jogo, not in my watch!!! e de novo tenho que voltar a meu ser doce (aparente) e pedir esse favor, e se a Dilma ganha eu estarei em eterna gratidão com essa pessoa... porque o mundo se joga bastante nesta eleição... Só preciso sua palavra de que votou na Dilma por mim, a responsabilidade do voto é minha, e se a Dilma perde, eu agradeço na mesma...

(EM ANDAMENTO...)

Porque amo o Brasil, amo o mundo e a democracia, não posso apenas reparar nos governantes, ou em que o façam bem ou mal...

* * *

Respostas carinhosas recebidas noutros espaços:

Estelita De Amorim Ouriques: Votarei na Dima 13, com muito Axé.

(e de meu mestre do Rio e são Paulo, meu pensador, meu filósofo, meu irmão Evandro):

Evandro Vieira Ouriques: DILMA, DILMA, DILMA, DILMA. Para crescermos juntos, aperfeiçoarmo-nos juntos! com amor, e.

Da querida Jeanne:

"Minha querida amiga, irmã, mais brasileira que muitos brasileiros...

Estou verdadeiramente emocionada...era lendo e me emocionando mais e mais...Não tenho palavras para te agradecer...essa luta é nossa, assim como sofri muito, quando o PP ganhou as últimas eleições...Saiba que trabalhei para que isso não acontecesse...lutei entre os brasileiros que podiam votar por ter nacionalidade, fazendo com que votassem de forma consciente, não deixando a Galiza passar pelo que está sucedendo, com fascistas no poder.Se pudesse votar e impedir o que aconteceu, teria feito, pq amo a Galiza e um dia quero vê-la LIVRE!! se depender de mim..estou aqui aqui para lutar por esta nação que tanto respeito e amo...

Tenho que declarar o meu amor por ti, que senti mais forte quando trabalhamos juntas no FESTGAL... é impossível não sentir esse amor e respeito por uma Brasilega tão especial...

Te amo amiga, do fundo do meu coração!!" (Jeanne)

Outra amiga enviou-me isto, agradeço imenso:

"A semana em que as elites perderam a noção"

O Escrevinhador

29 de outubro de 2010 às 9:29h

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras*

Como a velha mídia manipulou imagens e fatos, para tentar forçar a vitória de Serra. O papel da blogosfera na desmontagem da farsa e a necessidade de uma democratização radical das comunicações

(Este artigo é a primeira parte do Dossiê Globogate: veja ao final links para outros textos)

A esta altura, restam muito poucas dúvidas: tudo indica que também o vídeo da suposta “segunda agressão” a José Serra no bairro carioca de Campo Grande (20/10) foi manipulado pela Rede Globo. Denunciada mundialmente no Twitter, na sexta-feira (22/10), após a aparição de análises que demonstram fusão falsificadora de imagens, a emissora não procurou se defender, nas edições seguintes do Jornal Nacional. Sua redação paulista fora palco, na véspera, de uma cena insólita. Os próprios jornalistas vaiaram a “edição” das cenas em que o candidato do PSDB é atingido por um rolo de fita adesiva, materializado do nada. (leia relato de Rodrigo Vianna). Na madrugada posterior às denúncias de fraude (23h09 de 22/10), o site da Globo exibiu discretamente uma nota do “perito” “Ricardo Molina. Redigido depois que os sinais de fusão fraudulenta de imagens tornaram-se evidentes, o texto procura, em essência isentar a emissora em investigações futuras sobre falsificação. Molina alega que analisou material “encontrado na internet” (veja análise de CDM, no Blog do Nassif).

À medida em que a primeira certeza se consolida, começa a se desenhar uma segunda. A provável manipulação de imagens não foi um fato isolado. Ela articula-se com outro assunto que dominou o noticiário da velha mídia esta semana. Vazaram os depoimentos que o jornalista Amaury Ribeiro prestou à Polícia Federal, no inquérito sobre a quebra dos sigilos fiscais de Verônica Serra e outros expoentes do PSDB. O processo corre em sigilo de justiça. Porém, por serem parte envolvida, os advogados de Eduardo Jorge Caldas, ex-tesoureiro de campanha do partido, pediram, através de liminar, acesso às peças. São a fonte óbvia da inacreditável sequência de matérias publicadas, também a partir de 22/10, pela Folha de S.Paulo e Jornal Nacional.

Aqui, já não se trata, como se verá no terceiro texto desta série, de manipulação de imagens – mas de substituição explícita do jornalismo pelo panfleto partidário. Tendo acesso exclusivo ao depoimento de Amary Ribeiro, a Folha e o JN esconderam de seus leitores uma série assombrosa de informações ou pistas de grande relevância. Preferiram destacar em manchete, durante quatro dias, uma penca de ninharias, pinçadas com claro intuito de servir à campanha de José Serra. A tentativa foi reforçada pela edição de Veja que circula este fim-de-semana.

Iniciado na quarta-feira – poucas horas, portanto, depois de o candidato tucano comparecer à Globo para uma entrevista ao vivo no Jornal Nacional – o movimento inclui sinais de ataque flagrante ao direito à informação, praticado por empresas que se beneficiam de concessão e pesados subsídios públicos. Foi, provavelmente, concebido para desencadear, a onze dias do pleito, a última tentativa de vitória do candidato conservador, numa disputa em que está em jogo, também, o destino das reservas do Pré-Sal.

A força da velha mídia chocou-se, porém, com a rebeldia da internet. Entre quarta e sexta-feira, as manipulações imagéticas e factuais foram desfeitas por uma rede – auto-organizada e informal, porém muito potente – de busca e difusão da verdade. Personagens quase-anônimos desmontaram, com inteligência e conhecimento, as tentativas da Globo de fabricar a “agressão” a Serra. Jornalistas como Luís Nassif demonstraram o caráter partidista das “reportagens” da Folha. Graças ao Twitter e ao Facebook, cada nova descoberta era retransmitida instantaneamente por milhares de pessoas, o que estimulava novas investigações.

No momento em que este texto é concluído, a batalha não está decidida. O contra-ataque da blogosfera – reforçado por uma fala corajosa, de Lula, denunciando a farsa pró-Serra (na quinta-feira, 21/10) – amedrontou temporariamente a Rede Globo, a Folha e a própria campanha do PSDB. Desde sexta à noite, quando difundiram-se os vídeos que desmentiam o Jornal Nacional, a investida refluiu. O recuo, a esta altura, pode ter sido fatal para as Serra. Após as eleições será indispensável investigar o episódio da semana passada. A depender da mobilização social, ele poderá ser conhecido, no futuro, como o GloboGate. Ou o momento em que o setor mais conservador das elites brasileiras abusou descontroladamente do controle que exerce sobre a mídia, a ponto de provocar, como resposta, um amplo movimento pela democratização das comunicações.

Este texto é a primeira parte do Dossiê GloboGate. Na mesma série:

2. A batalha de Campo Grande

Produzir um incidente grave, e atribuí-lo ao adversário, é uma das formas de virar uma eleição quase perdida. Serra e a Globo parecem ter tentado esta estratégia, em 20 de outubro. Foram derrotados por milhões de internautas – e pelo Twitter

3. Como tutelar o seu leitor

Num caso exemplar de partadarismo, Folha e Jornal Nacional triaram as denúncias relacionadas à quebra de sigilos fiscais. Alardearam o que interessava a Serra e esconderam o que o comprometia.